Camila Weinmann/ Comunicação Vida Urgente
“A gente só ama o que a gente conhece. A gente só vive o que a gente ama. E a gente só testemunha aquilo que a gente vive.” A frase dita pelo educador Carlos Alberto Barcellos, que para nós é o professor Carlão, resume o sentimento da equipe que participou do Capacitação de Voluntários no primeiro fim de semana de agosto. Foi com muita sinergia que os voluntários conheceram as referências pedagógicas transmitidas para exercitar aquilo que será experimentado na vivência real de voluntariado.
O conteúdo do curso apresentou o conceito de cidadania aliado à emoção, indispensável para produzir resultados. “O Vida Urgente tem uma metodologia pensada para garantir qualidade de vida e vida, através da prevenção. E para isso é preciso tocar o coração das pessoas”, comenta o professor, que é um dos idealizadores do atual formato do curso.
Os voluntários puderam vivenciar com profundidade a filosofia e a visão de trânsito da Fundação Thiago Gonzaga. A fala da presidente Diza Gonzaga apresentou a história que deu origem a este trabalho. A palestra do professor e pai de Thiago, Régis Gonzaga, desmitificou a “cultura do herói” ao abordar o consumo excessivo de álcool e drogas entre os jovens.
Os dois dias de Capacitação foram marcados pela intensa participação do grupo, que desenvolveu as atividades com energia e confluência de pensamentos. “Todos estavam de certa forma sensibilizados para acolher a palavra e partilhar suas sabedorias”, comemora Carlão.
Um questionamento permeou os diversos vídeos que foram apresentados no curso: o mundo digital está transformando o planeta em um vilarejo global e, diante disso, o quanto você quer fazer parte dele? A resposta foi clara e ficou a certeza de termos formado verdadeiros protagonistas para uma mudança de cultura.
Então é preciso fugir das três tentações: a tentação do imobilismo diante do cenário complicado do trânsito brasileiro, a tentação panfletária, de quem só reclama ou cobra do governo a transformação da sociedade, e a tentação do culpismo, de apenas apontar responsáveis pelo caos e permanecer inerte diante do seu próprio comportamento.
Chamava especial atenção o brilho no olho e a firmeza do discurso de alguns voluntários, que participavam do curso pela segunda vez. Para Marina Machado, depois de seis meses a percepção foi muito diferente. “Já temos uma opinião formada, mais intimidade com a causa e coragem de falar”, destaca. Vitória Titton diz que pode sentir que os conceitos trabalhados são concretos e fazem sentido na prática.