Diza Gonzaga, presidente da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga
Ao receber a Zero Hora na manhã desta sexta-feira, não precisei abri-la para sentir e ver a perplexidade que atingiu a sociedade gaúcha, brasileira e até de outros países, onde a tragédia que aconteceu na escola do Rio de Janeiro teve sua repercussão.
O Brasil, país da alegria, do Carnaval, do futebol, agora tem mais um título. Somos também capazes de produzir criminosos que pensávamos que só existiam em outros países. Falávamos até com certo “orgulho” e desdém com países como os Estados Unidos, que têm na sua história acontecimentos como este.
Agora, no calor desta tragédia, quando o sangue dessas crianças ainda escorre nas nossas mentes e corações, precisamos responder urgentemente: O que vamos fazer com esta dor?
Nós, a sociedade, não queremos que seja mais uma “história”, que daqui a semanas ou meses, quando sair das manchetes, seja esquecida como fizemos com o João Hélio, o Rafael, Thiagos, Fernandas… Que infelizmente têm sido esquecidos pela última e mais nova tragédia.
Neste momento a exposição Vidas Ausentes percorre nosso Estado, mostrando o vazio dos quartos dos nossos filhos que partiram. Queremos saber: O que as autoridades do nosso país vão fazer com essa dor? O que a sociedade brasileira vai fazer com essa dor?
Aos pais dessas crianças e adolescentes atingidas por esta tragédia não precisamos fazer esta pergunta. Sabemos que a única coisa a fazer é aprender a conviver com essa perda. Afinal, não temos nem nome para esta dor!
Talvez sejamos órfãos de filhos. É assim que os pais que recebemos quase que diariamente nos grupos de apoio da Fundação Thiago Gonzaga se sentem com a ausência de seus amados filhos.
Aos nossos governantes, pedimos que não esperem a próxima vítima para atacar a pior chaga que temos no nosso país, que é a principal causa de mortes de crianças e adolescentes: a violência.