Em 1996 um grupo de jovens cheios de energia e muita vontade de mudar a trágica realidade do nosso trânsito saía às ruas na Madrugada Viva, primeira ação da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga. Quando ainda não se tinha Lei Seca e não se falava “se beber, não dirija”, chegar a bares e danceterias com um bafômetro na mão e uma borboleta no peito, era quase uma aventura. Estes jovens eram vistos até com simpatia, mas como sonhadores e a frase que mais ouvíamos era: “Eu até dirijo melhor quando bebo”.
Com esta mesma emoção e desejo de transformar essa realidade, neste sábado, voluntários da Fundação vão percorrer ruas e bares da nossa Capital em uma Madrugada Viva especial, marcando os 16 anos de uma Vida Urgente.
A Madrugada Viva é para mim, a mais especial, entre tantas ações do Vida Urgente. É a madrugada que o meu filho não teve. Pois foi num sábado de Maio que meu Thiago embarcou para sempre em uma carona sem volta. E deste então, as madrugadas de Maio se revestem de emoção e simbologia.
Já sabemos que bebida, direção e velocidade não combinam e os nossos voluntários saem às ruas para reforçar essa mensagem e alertar que todos somos responsáveis por um trânsito mais humano e menos violento.
Com uma conversa franca, sem moralismos, os jovens voluntários dão o recado: se for dirigir, não beba. Afinal você não perde só a timidez quando bebe, perde também o reflexo e a percepção de distância, fundamentais na condução de um veículo. O que importa mesmo é se divertir com responsabilidade e voltar para casa em segurança.
Hoje temos a consciência de que a grande maioria dos acidentes não é fatalidade, como ouvíamos há alguns anos atrás de pessoas que batiam em nosso ombro e diziam: “era a hora”, “Deus quis”. Nunca aceitei a idéia de destino, de fatalidade, através da qual a sociedade brasileira isenta-se da carnificina que é o trânsito em nosso país, afinal estamos entre os cinco países mais violentos no trânsito no mundo.
Por tudo isso, convido todos vocês que compartilham esta vontade de que as madrugadas sejam só de Vida, para que transformem informação e consciência em atitudes que preservem VIDAS.
Diza Gonzaga – mãe do Thiago e presidente da Fundação Thiago Gonzaga