Alexandra Aranovich (Coluna Mulheres que Amamos)
Perder um filho vai contra a ordem da vida. Muitos especialistas dizem que o luto dura dois anos. Porém, quem viveu essa experiência (os verdadeiros especialistas no assunto) fala que o luto é para sempre, uma perda irrecuperável. Diza Gonzaga não pôde salvar o jovem Thiago Gonzaga de um acidente de trânsito na fatídica madrugada de 20 de maio de 1995. A fatalidade fez com que ela não medisse esforços para poupar outros milhares e milhares de vidas, outros “Thiagos” ou “Thiagas” nas ruas, estradas e avenidas.
A arquiteta largou a sua profissão por outra mais nobre: a de humanizar o trânsito. Por meio da Fundação que criou com o marido Regis Gonzaga – e que leva o nome de seu filho, Diza trabalha na prevenção de acidentes e na valorização da VIDA. Aliás, não só trabalha como também batalha. “Não acredito em campanha pontual, em véspera de feriado. Acredito em uma campanha permanente” – destaca ela.
As ações do #VidaUrgente levam educação e orientação às mais diversas faixas etárias e classes sociais. E Diza não está sozinha em sua luta. Ao longo de 25 anos a Fundação já contou com mais 20 mil voluntários nos 27 estados brasileiros. O resultado está no dado que mostra que Porto Alegre, na contramão de muitas capitais brasileiras, diminuiu significativamente o índice de mortalidade no trânsito.
Basta analisar resultados e indicadores para ver o quão dedicado e profissional é o trabalho da Fundação Thiago Gonzaga. Não é por menos que Diza recebeu, nos últimos anos, uma coleção de prêmios, reconhecimentos merecidos e inúmeras distinções. O trabalho da Fundação tem repercussão nacional e internacional e conta com apoiadores importantes.
Diza não vestiu o luto após a morte do filho. Vestiu, sim, a camiseta pela VIDA. É assim que ela desfila por aí, fazendo o trânsito parar por sua incansável missão.
Texto adaptado da coluna “Mulheres que Amamos”, assinada por Alexandra Aranovich.