Marina Lemle/ABROT
Diza Gonzaga (segunda da esquerda para a direita na foto) integrou a mesa de abertura da 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito – Tempo de Resultados, nesta quarta-feira, 18 de novembro de 2015. Presidente da Fundação Thiago Gonzaga/Vida Urgente, ela representou as ONGs brasileiras que defendem a paz no trânsito e todas as famílias que perderam pessoas no trânsito.
Fizeram pronunciamentos a presidente Dilma, a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margareth Chan, e Zoleka Mandela, neta do presidente da África do Sul Nelson Mandela que perdeu a filha de 13 anos em um acidente de carro após o show de abertura da Copa do Mundo, em Johannesburgo, em 2010. Zoleka fez um discurso comovente e pleiteou que os governos assumam a responsabilidade de promover políticas e ações que resultem na redução dos acidentes.
Dilma ressaltou em seu discurso o crescimento dos acidentes envolvendo motocicletas no Brasil e reconheceu a necessidade de medidas que garantam mobilidade eficiente e segura para a população. Como exemplo positivo brasileiro, ela mencionou a Lei Seca, apesar do número ainda muito elevado de acidentes causados pela combinação álcool e direção. A presidente também mencionou as leis que obrigam o uso do cinto de segurança, dos acentos para crianças, do capacete para motociclistas e de freio ABS e airbags nos carros.
“A batalha é mais que uma questão de novas leis. É necessário um trabalho de conscientização para a construção de uma nova cultura do trânsito”, disse. Ela citou o programa Parada, do Ministério das Cidades, que tem sido criticado pelas ONGs por sua ineficácia.
Margareth Chan enfatizou que a prevenção requer colaboração de vários setores dos governos e da indústria para promoverem ações multissetoriais. Ela recomendou que os participantes aproveitem a Conferência, que tem a participação de mais de 100 países, para trocarem experiências e boas práticas. Chan citou dois focos fundamentais de atuação: a saúde e o desenvolvimento de cidades sustentáveis. “Sabemos fazer boas leis. Precisamos de infra-estrutura e veículos mais seguros”, afirmou.