Neste momento em que vivemos uma grande movimentação da sociedade é importante fazermos a reflexão de qual é a nossa motivação para contribuirmos com as mudanças que queremos para nosso país.
O quanto estamos dispostos a mudar? O que cada um de nós pode fazer para deixarmos de ser o país do “jeitinho”? Afinal, as atitudes que condenamos nos políticos e que queremos banir do nosso país, não são muito diferentes das do cidadão que fura a fila; joga lixo no chão e quando está ao volante, não raras vezes, coloca a sua vida e a de outras pessoas em risco.
Nestes anos de caminhada com o Vida Urgente, participamos e acompanhamos os avanços que a sociedade alcançou. Há mais de dez anos, quando nossos jovens voluntários saíam nas madrugadas pelos bares, com uma borboleta no peito e um bafômetro na mão, enfrentavam o desafio de mostrar aos frequentadores que bebida e direção são uma dupla de morte. A tarefa não era nada fácil, pois a frase que mais ouvíamos era: “eu até dirijo melhor quando bebo”.
Hoje, recente estudo da Fundação Getúlio Vargas aponta que 90% das pessoas julgam incorreta tal atitude. Usar o cinto já é uma realidade que a maioria das pessoas não abre mão, muito embora ainda esteja restrito aos passageiros do banco da frente.
Mudar uma cultura é sem dúvida um grande desafio, e tem que ser feito com humildade, pois a mudança só é possível com a participação efetiva da sociedade; não acontece do dia para a noite e nem por decreto. Temos muito trabalho pela frente, a questão do trânsito envolve educação – esta é a nossa parte. Precisamos que os governos também façam a sua: fiscalização eficiente e engenharia de trânsito compatível com a segurança para a preservação da vida. Não podemos nos conformar com a “curva da morte” ou a “estrada do inferno”, como se perder a vida nestes locais, fosse destino ou fatalidade de quem por ali passar.
Levante “seu cartaz” para mostrar o quanto podemos ser civilizados e cuidar de nossa vida e da de quem amamos. Não incentive àqueles que se sentem orgulhosos por andar em alta velocidade e se consideram o “braço”, “os donos da direção”, que bebem e dirigem, pois eles não merecem nossa aprovação.
Este país que está mostrando a sua cara, como nos versos de Cazuza, tomando as ruas com a força e a vitalidade da juventude, reforça a minha fé nos jovens. Acredito na sua verdade, na sua alegria e na sua imensa capacidade de sonhar e transformar.
Por tudo isso, ouso dizer que só com a participação da juventude é possível transformar uma nação. Se hoje a Fundação Thiago de Moraes Gonzaga já ultrapassa as fronteiras de nosso estado, fazendo a borboleta Vida voar pelo Brasil, é porque milhares de jovens têm levado esta bandeira da VIDA.
Diza Gonzaga – presidente da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga