Brenda Parmeggiani | Comunicação Vida Urgente
O ano de 2020 marca o encerramento da Década de Ação pela Segurança no Trânsito. A campanha promovida pela Organização das Nações Unidas estabeleceu a meta de reduzir em pelo menos 50% o número de mortes no trânsito no período de 2011 até o próximo ano. Conforme levantamento realizado pelo jornal Folha de São Paulo, seis capitais brasileiras já alcançaram esse objetivo: Rio Branco, Salvador, Belo Horizonte, Aracaju, Curitiba e Porto Alegre. A capital dos gaúchos registrou uma diminuição de 152 vítimas fatais em 2011 para 74 em 2018. É importante frisar que essa redução acontece mesmo com o aumento da frota na cidade, que chegou a 839 mil veículos.
Mas esses números não são por acaso. Para a Fundação Thiago Gonzaga, é a partir do esforço conjunto entre sociedade civil e poder público que se constrói um trânsito mais humano e seguro para todos. E a chave para isso é a educação, combinada à fiscalização e à punição. Com projetos voltados para conscientização e valorização da vida, o programa Vida Urgente tem influência direta para alcançar a meta estabelecida pela ONU. Afinal, é através da educação que se conquista a verdadeira mudança de cultura, combatendo a violência no trânsito. “Temos certeza que o trabalho da Fundação nessas mais de duas décadas foi decisivo para a redução desses números”, completa Diza Gonzaga.
Além disso, desde a sua criação, a Fundação acompanhou e contribuiu para muitas mudanças acontecerem – como a aprovação do Novo Código de Trânsito Brasileiro; o uso do cinto de segurança; a obrigatoriedade da cadeirinha para o transporte seguro das crianças; o uso do capacete para os motociclistas e a proibição do consumo de álcool para quem vai dirigir –, e também foi protagonista em muitos casos. Em 2006, por exemplo, foi por iniciativa da Fundação que a Câmara de Vereadores de Porto Alegre aprovou por unanimidade a Lei 9.996, proibindo o consumo de bebidas alcóolicas em postos de gasolina, estacionamentos e similares. A “lei dos postinhos”, como ficou conhecida, foi inspirada na “Madrugada Viva”, a primeira ação do Vida Urgente. “Quando iniciamos, há mais de duas décadas, sair com um bafômetro na mão e uma borboleta no peito era quase uma aventura. Não tinha lei seca, e a frase que nossos voluntários mais escutavam era ‘eu até dirijo melhor quando bebo’”, lembra Diza.
Outro exemplo disso foi a chegada dos aplicativos à capital gaúcha. A Fundação Thiago Gonzaga teve uma posição de vanguarda: enquanto o poder público e outras instituições reagiram negativamente, percebemos que os aplicativos poderiam ser uma ferramenta para salvar vidas.
Mesmo que Porto Alegre tenha alcançado o objetivo proposto pela Década de Ação, o trabalho do Vida Urgente continua. Para a Fundação Thiago Gonzaga, a maior meta é a Visão Zero: “A Fundação Thiago Gonzaga talvez seja uma das poucas organizações que trabalha para fechar as portas. Nosso sonho é que não aconteçam mais crimes de trânsito, que nosso trabalho não seja mais necessário”, almeja Diza.